…mas se eu tivesse que escolher, o Rafo* seria sempre o número um.

Isso porque não adianta estar no “lugar mais mágico do mundo” se a pessoa com quem você quer dividir o seu balde de pipoca não está lá com você. Magia, pra mim, é compartilhar um momento especial com quem amamos, e não precisamos necessariamente estar na Disney pra isso.
Quando nos conhecemos, eu já trabalhava com viagens a Orlando há pelo menos uns 10 anos, e era muito comum que eu fosse pra lá e passasse o mês inteiro, às vezes até mais! Eu aproveitava as temporadas para viajar de férias também, então sempre rolava uma esticada pra outro destino nos EUA ou simplesmente, mais dias na Disney… era um jeito de economizar no aéreo, e como eu era solteira com uma certa liberdade na empresa, podia me dar ao luxo de ficar esse tempão fora.
Ao conhecer o Rafo, não demorou muito pra estarmos morando juntos, então a minha ausência em casa era uma questão contornável, mas ainda assim, uma questão. Como ele sempre soube que eu não deixaria de viajar e como a grana era boa, ele não tinha muita opção senão segurar a onda e me esperar voltar – sempre confiamos muito um no outro, nunca brigamos por ciúme ou coisas desse tipo… e eu também nem cogitava deixar de ir, pra ser bem honesta. Até que decidimos dar mais um passo, o primeiro passo rumo a família que queríamos construir: a Polenta, nossa doguinha salsicha, nosso primeiro amor.
Nessa mesma época, rolou a oportunidade de participar de um processo seletivo da Disney para ser cast member de novo (eu já fui funcionária da Disney 2x), lá no comecinho do que hoje conhecemos como o PG, ou Park Greeter, um programa para brasileiros trabalhando entre maio e agosto. Bem no fundinho eu ainda queria viver pela última vez a experiência de ser cast member, especialmente porque seria o job perfeito para o meu nicho de operação de grupos. Eu tinha mais maturidade, experiência, me destacaria facilmente e quem sabe, abriria novas portas profissionais… mas seriam pelo menos 3 meses fora, no comecinho do relacionamento com o homem da minha vida.
É claro que eu fui pra Disney!
Calma… eu fui pra Disney de lua de mel, com o Rafo, 2 anos depois.
Sabe aqueles filmes em que a mocinha finalmente encontra o amor e começa a se sabotar? Eu não queria bancar essa mocinha. Eu tinha um feeling muito certo de que passaria no processo seletivo, então decidi não participar. Como é que eu ia deixar ele aqui por 3 meses, sozinho com a Polenta, que era a nossa responsabilidade? Como é que eu abriria mão do amor da minha vida por um trabalho temporário num lugar que eu poderia visitar com ele? O Mickey veio primeiro, mas o Rafo era o número um.
11 anos, uma cachorra e 2 filhas depois, seguimos juntos, e já fomos juntos para Orlando algumas vezes também. Hoje viajo menos, dei uma pausa na carreira de guia e professora em viagens de treinamento, uma escolha consciente e muito, muito tranquila… estou em paz com o fato de que vamos demorar a voltar em família, e tenho zero pressa de estar lá de novo, de verdade. O Mickey até veio primeiro, mas o Rafo e tudo o que construímos juntos todos os dias, segue sendo o número um.
Comecei esse post te contando um pouco da nossa história de casal, mas acho que a mensagem mais importante aqui é: o Mickey é fofo, é lindo, é a representação do sonho se realizando… mas ele não é o cara que vai te segurar no final de um dia difícil. Então olha pro seu amor, e lembra que magia mesmo é estar junto, aonde vocês estiverem.
O Mickey veio primeiro, mas o Rafo vai ser sempre o número um.