Queridos pais, aqui quem fala é o guia, um serumaninho (guarde essa informação) que vai cuidar do seu filho em Orlando. Escrevo essa carta aberta para que entendam como realmente é a hora de dormir em Orlando.
Em primeiro lugar, quero dizer que presentear o seu filho com uma viagem pra Disney é sensacional. Mas vocês lembraram de preparar ele, ao longo dos últimos 15 anos, sobre tudo o que vai rolar lá?
Porque eu vou assumir agora, mas não consigo construir em 15 dias um adolescente completamente capaz de cuidar de si e do próprio dinheiro, alimentação, sono, e tudo o que ele vai precisar fazer sozinho.
Vamos nos divertir! Vamos andar muito também, muuuuuuito. No final do dia, estaremos felizes e exaustos… e vamos chegar no hotel, tomar aquele banho, descansar e dormir cedo pra aproveitar o dia seguinte.
Bom, isso é o que a gente deseja do fundo do coração.
Mas deixa eu contar a vocês o que realmente vai acontecer: seu filho vai estar exausto, vai cochilar em algum canto no tempo livre ou no ônibus de volta, e vai acordar magicamente cheio de energia para passear pelo hotel até de madrugada, mesmo que a gente tenha combinado dele ir pra cama.
Lembra que eu falei que sou um ser humano? Pois é. Pra cuidar do seu filho, eu preciso dormir. Aparentemente, ele não.
Por mais que a gente reforce mil vezes a ordem de ir pro quarto, por mais que os seguranças peçam que ele se recolha, e mesmo que Walt Disney reencarnado apareça e diga pra ele ir dormir, seu filho vai fazer o que ele quiser.
Eles sempre dão um jeito, vocês sabem disso… já tiveram a idade dele.
Então sim, seu filho vai testar os limites do próprio corpo e vai ficar acordado, pra morrer de sono no dia seguinte. Sim, pode ser que seu filho queira explorar cantos escondidos e quartos alheios pelo hotel, mesmo que eu passe a noite toda procurando por ele.
Sabe pais, essas coisas acontecem, e é por isso que estou aqui alertando sobre a hora de dormir. Somos guias, mas não somos babás.
Estaremos lá pra cuidar do filho de vocês, mas não vamos estar colados 100% do tempo.
Nós guias queremos que eles aproveitem, aprendam e voltem transformados, mas a gente não faz milagre.
Carinhosamente,
O Guia