Descobri que estava grávida em Orlando… e isso mudou tudo!

Temporada de janeiro de 2024, eu estava com um grupo de alunas em treinamento prático em Orlando e sentia que tinha algo diferente rolando, mas não sabia bem o que era.

Em casa, eu e o Rafo já queríamos ter outro bebê há algum tempo, mas eu vivia colocando barreiras e nessa brincadeira, a Rafa já tinha quase 8 anos. Eu estava pra fazer 40, já não tinha o mesmo pique, então desencanei e deixei acontecer: quando tivesse que ser, seria. Essa decisão aconteceu em meados de outubro de 2023, e como demorei a engravidar da Rafa, fiquei tranquilona, agora não seria diferente, certo?

Errado. Engravidei em dezembro e, sem saber, embarquei para mais uma viagem de 17 dias super intensa para Orlando, crente de que aproveitaria todas as montanhas-russas de todos os parques, pra não passar vontade!

Como o final de ano foi bem tumultuado, me perdi nas anotações e esqueci de registrar a data da menstruação… eu achava que sabia mais ou menos, mas simplesmente apaguei a informação da memória. Como de costume, fiz a mala e coloquei absorventes para a viagem, já sabendo que precisaria deles em algum momento.

Os dias se passaram, nada de menstruar… que estranho! Mas devem ser minhas emoções todas bagunçadas, mudança de hábitos do verão brasileiro para o frio congelante de Orlando, tinha muita coisa rolando na minha cabeça. Até que fiz umas contas e a ficha começou a cair: eu poderia estar grávida.

Eu queria muito estar grávida! Era um desejo muito forte, mas ao mesmo tempo, um medo de ser alarme falso… enrolei mais uns dias pra fazer o exame, até que eu tivesse realmente um atraso considerável. E o medo de ser um falso positivo? Metade de mim estava ansiosa pra saber a outra metade morrendo de medo. Bom, tinha que descobrir, a dúvida estava me consumindo. Comprei o teste de farmácia e… POSITIVO!!!

Eu mal conseguia acreditar! E agora precisava contar pro marido.

Bom, era janeiro em Orlando, então estávamos com pelo menos 2 horas de fuso. Eu fiz o teste beeeem cedinho ao acordar, então no Brasil ainda era de madrugada, tive que esperar. Esperei dar um horário que eu sabia que ele estaria acordado, liguei trocentas vezes e NADA DO BONITO ATENDER. Eu precisava sair, ele não me respondia, eu queria contar, ele não me atendia. Demorei umas 3 horas pra conseguir falar com ele, que ficou atordoado com a notícia.

Feliz, mas meio sem reação, afinal… foi muito rápido.

Você tem certeza? Esse teste é confiável mesmo? Não quero ficar na expectativa e depois ser negativo… faz um exame de sangue pra gente ter certeza? Nossa, foi muito rápido! Mas você fez o teste certo? Não quer fazer outro diferente?

Por mais animada que eu estivesse, precisava fazer um Beta HCG pra confirmar. E aí começou a saga do seguro. Você sabia que seguros não aceitam exames de gravidez? Pois é. Até faz sentido, afinal não se trata de uma doença nem de uma urgência… mas pensa comigo: digamos que eu esteja passando muito mal de náuseas e vômitos e acione o seguro, concorda que esse atendimento precisa perguntar sobre a possibilidade de gravidez pra poder seguir com medicamentos e tratamento? Em teoria, seria necessário realizar exames.

Com esse argumento em mente, acionei o seguro. Não falei que estava grávida, me encaminharam para uma daquelas walk-in clinics, como se fossem os nossos postos de saúde. Eles fazem atendimentos simples e alguns exames, mas nada muito aprofundado. Chegando lá, eles estavam pra fechar e não fizeram meu atendimento.

Eu trocaria de hotel no dia seguinte, estaria em outra região da cidade, então liguei de novo no seguro e pedi atendimento em outro endereço. Fui a mais uma walk-in clinic e, chegando lá, abri o jogo com o enfermeiro explicando a minha lógica: eu estava ali a trabalho e se estivesse grávida, teria que mudar minha conduta, logo… precisava ter certeza. Ele entendeu, seguiu o protocolo dele com exames de sangue de forma que, entre eles, estivesse o Beta HCG – ele foi super compreensivo, tentou me ajudar e tudo, mas o seguro simplesmente não cobriu.

Não teve jeito, paguei os U$ 120,00 na hora, mas saí de lá com tudo diferente. A vida ia mudar, e tinha acabado de descobrir. Liguei para o Rafo, mostrei o resultado do exame de sangue, agora era pra valer.

Parei com todas as montanhas-russas, parei com o café, com o vinho nos jantares, e fiquei morrendo de medo de acontecer alguma coisa dado o ritmo intenso de caminhadas nos parques. A gente entrava antes de abrir e saia depois que fechava! Tive que contar para as meninas, elas estavam estranhando meu comportamento e achando que era algo com elas. Ainda tínhamos metade da viagem pela frente, e o que antes era uma excitação pela novidade, foi virando uma cautela até exagerada que me colocou cada vez mais pra dentro da minha concha.

Enquanto escrevo esse post, Manuela segue mexendo loucamente na minha barriga de 35 semanas. No final deu tudo certo, mas levei um tempo pra me entender nesse novo cenário, e estar longe de casa com certeza pesou bastante. Eu queria colo, queria meu marido, queria minha casa, ao mesmo tempo que queria entregar o melhor de mim como professora daquele curso prático.

Se eu puder dar uma dica… vá pra Orlando fazer seu enxoval, vá curtindo com sua família, com a sua barriga, mas não vá a trabalho se souber sobre o seu bebê e puder evitar. Não só as pessoas que te contrataram merecem que você esteja 200% focada na sua entrega, como a sua gestação merece que você se cuide com calma. Eu confio que fiz um bom trabalho, mas certamente teria sido ainda melhor sem o medo que tomou conta depois daquele teste positivo. Às meninas que me acompanharam, SUPER OBRIGADA pela compreensão e parceria de vocês. = )

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhar:

Você também pode se interessar por

Sobre bebês e as 5 chaves Disney de excelência

Se você já leu os posts anteriores, sabe que trabalhei na Disney, certo?...

Como eu preparo a Rafa antes das minhas viagens

Se você é mãe e trabalha viajando para Orlando, já sabe que nem...

Carta para mães empreendedoras de viagens a Orlando

Essa foto é antiga, a Rafa devia ter uns 5 anos. Ela já...